Leitura: The Vagenda, Holly Baxter & Rhiannon Lucy Cosslett

novembro 08, 2015 Helô Righetto 0 Comentários

Comprei esse livro junto com o Everyday Sexism, mas acabei adiando a leitura por tempo demais! Mais um livro feminista que me ensinou muito (e me inspirou também). O Vagenda é originalmente um blog, fundado por duas amigas (Holly e Rhiannon) que se encheram o saco de ler tantos aburdos e encontrar tantas coisas contraditórias nas chamadas 'revistas femininas'.

O blog cresceu muito e ganhou fama e colaboradores, e acabou abrangendo diversos assuntos na esfera feminista. Mas o livro, publicado em 2014, volta as origens do blog e analisa a relação entre sexismo e mídias, e como a dupla editorial+anúncios pode ser prejudicial em todos os aspectos na vida de uma mulher.

O livro é bem humorado e realista: o texto não mede palavras pra expressar a decepção e frustração das autoras com as idiotices publicadas por aí. Trabalho, relacionamentos, beleza - pra todos esses assuntos as revistas conseguem vomitar imbecilidades e criar 'problemas' e 'dilemas' que beneficiam apenas anunciantes e prejudicam o desenvolvimento da nossa personalidade e nosso lugar na sociedade, desde muito, muito cedo (alô Capricho).

Durante a leitura, fui marcando várias páginas, e queria dividir aqui algumas passagens que tem aquele feito 'caiu a ficha' (pelo menos tiveram pra mim):

'Ultimately, fashion should be fun, female-friendly and empowering, not an exploitative madhouse staffed by fat-phobic fascists'

'Because the fact of the matter is that enough racist, sexist, homophobic, privately educated 'boys of the old school' remain in powerful places to keep you from achieving  on your own merit if you happen to be a woman, or not white, or not straight, or trans, or working class, or all of the above.'

'Once you start counting, you become amazed at the ability of mags to make you feel as every part of your body is a hideous overgrowth, and your role as the intellectual inhabitant of this endlessly expading jungle is to desperately keep hacking away at the trees'

A parte final do livro, que fala exclusivamente de cultura de estupro, talvez deveria ter sido colocada no começo, pra de cara todo mundo já entender que nunca é 'só' uma propaganda, ou 'só' um filme, ou 'só' uma capa de revista.

Quem sabe está nas nossas mãos o poder de mudar, de criar uma revista (ou um blog?) que não fale de corpo perfeito para o verão, ou de como garantir que seu homem está sexualmente satisfeito. Ou que dê realmente boas dicas profissionais ao em vez de falar que as pessoas no escritório irão te respeitar apenas se você usar as 'roupas certas'.


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